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SP: Casos de hepatite A crescem 11 vezes, mas surto deve se estabilizar

Foram registrados 656 casos na capital paulista, frente a 60 no ano passado

Retrospectiva 2017|Raquel Gamba, estagiária do R7*

Até novembro, foram registrados 656 casos em SP
Até novembro, foram registrados 656 casos em SP Até novembro, foram registrados 656 casos em SP

Pele amarelada (icterícia), fezes claras, dores e náuseas são um alerta para a hepatite A — doença que causa inflamação no fígado e é transmitida por meio de alimentos e bebidas contaminados e da prática de sexo anal sem proteção.

Neste ano, a cidade de São Paulo viveu um surto da doença, com aumento de 993% no número de casos confirmados entre janeiro e novembro. Significa dizer que o número de casos aumentou 11 vezes.

Porém, o infectologista e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Paulo Abrão, acredita que as ocorrências não devem aumentar em 2018.

— Parece que o número de casos está diminuindo. Mas temos que recomendar sempre a vacinação de todas as crianças e de pessoas que têm maior risco de ter a doença, como os homens que fazem sexo com homens e pessoas que trabalham com esgoto, por exemplo.

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Até novembro, foram registrados 656 casos de hepatite A, com duas mortes, na capital paulista. Já em 2016, foram apenas 60 diagnósticos no mesmo período, de acordo com a Secretária Municipal de Saúde de São Paulo. Para Abrão, o aumento da hepatite A na capital paulista está relacionado principalmente à população homossexual.

— A maior parte dos casos são homens que fazem sexo com homens, que não foram vacinados e que estão suscetíveis a ter hepatite. Provavelmente dentro desta comunidade, as pessoas se contaminaram e a doença foi se espalhando. 

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Segundo a secretaria, 45% dos casos foram transmitidos por relações sexuais sem proteção, 11% se deram pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados e nos 44% restantes a fonte de transmissão é desconhecida.

Entenda a doença

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A hepatite A é uma condição contagiosa que causa a inflamação do fígado e é transmitida via fecal-oral, pelo consumo de alimentos e bebidas contaminados e pela prática de sexo anal sem proteção.

Entre duas a quatro semanas após a contaminação com o vírus, o doente pode apresentar pele e olhos amarelados (icterícia), fezes claras, urina escura com cor acastanhada, febre, dor abdominal, náuseas e vômitos. Já crianças, que são um dos grupos de risco, costumam apresentar poucos ou nenhum sintoma, explica o infectologista.

— As crianças são propensas a ter a doença porque, muitas vezes, não têm ideia de higienização das mãos e colocam coisas na boca.

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A hepatite A não tem tratamento nem medicamentos específicos. Segundo Abrão, “é como se fosse um resfriado”, pois o organismo se cura sozinho. Mas é necessário que o paciente permaneça em acompanhamento médico, já que, em menos de 1% dos casos, a doença pode evoluir para quadros graves.

— Pode acontecer a hepatite fulminante, que é quando a inflamação do fígado é tão intensa que as células do órgão morrem. E se o paciente não for submetido a um transplante de emergência, pode ir a óbito.

Apesar de não ter tratamento específico, existem formas de prevenção, como a vacina. O imunizante é disponibilizado gratuitamente desde 2014 pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças de até cinco anos. Grupos considerados de risco — pessoas com doenças imunossupressoras, como hepatite B e C, e portadoras de HIV — também têm direito à vacina.

* Sob supervisão de Dinalva Fernandes

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