Fenômenos climáticos deixam milhares de mortos e feridos
Luta para conter o aquecimento global teve avanços em 2017
Retrospectiva 2017|Marta Santos, do R7

Milhares de pessoas morreram ou ficaram feridas em uma série de fenômenos climáticos extremos, que atingiram diversas partes do mundo em 2017. Somente a região do Caribe teve três furacões ao mesmo tempo em setembro deste ano: Irma, Katia e José.
Apesar de os fenômenos serem naturais, especialistas dizem que os eventos extremos estão se tornando mais fortes e mais comuns devido ao aquecimento global.
Para tentar combater as mudanças climáticas, líderes de 196 países se reuniram em Bonn, na Alemanha, para a 23ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima.
O encontro entregou o que havia prometido: avançou-se na elaboração de um livro de regras claro e abrangente sobre o Acordo de Paris, assinado em 2015, e foi criado um ambiente favorável para Diálogo Talanoa, que tentará fazer com que os países aumentem suas ambições de cortes de emissões e investimentos. Ambas as missões deverão ser completadas em 2018, na COP-24, que será realizada na Polônia.
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Além disso, a COP-23 conseguiu evitar que o desentendimento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento produzisse retrocessos na negociação internacional, principalmente após a saída dos EUA do Acordo de Paris.
Apesar dos avanços deste ano, ainda é fundamental que os países aumentem suas metas de combate às mudanças do clima, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
— Bonn cumpriu a sua promessa, mas não atendeu às necessidades do planeta. Previa-se uma COP técnica, desinteressante, e foi exatamente isso.
Com as metas que estão na mesa hoje, o mundo está no rumo de esquentar de 3°C a 5°C, muito mais do que a meta de conter o aquecimento global em menos de 2°C, antes de 2100.
— O que precisamos agora é mais ambição em cortes de emissões e finanças, e isso esteve fora da mesa. Enquanto isso, a janela para evitar o aquecimento global de 1,5 grau está se fechando rapidamente.
A COP-24 acontecerá de 3 a 14 de dezembro de 2018, em Katowice, na Polônia.
Relembre os principais fenômenos de 2017

Furacões
Harvey – 60 mortos e estragos no Texas, Houston e Louisiana em agosto;
Irma – 82 mortes no Caribe e o sul da Flórida, no início de setembro;
Maria – 34 mortos em Porto Rico e prejuízo de mais de R$ 280 bilhões em outubro;
Nate – ao menos 25 mortos na América Central também no início de outubro;
Terremotos
Filipinas – oito mortos e mais de 200 feridos em fevereiro;
China – 13 mortos e cerca de 175 feridos na Província central de Sichuan, em agosto;
México – 360 mortos após um tremor de 7,1 de magnitude em setembro e ao menos 98 em outro terremoto ocorrido alguns dias antes;
Irã – Terremoto mais letal da história do país deixou ao menos 530 mortos e mais de 8.000 feridos na fronteira com o Iraque;
Tufões
Hato – atingiu Macau em agosto e matou ao menos nove pessoas em agosto;
Talim - cerca de 500 mil pessoas evacuadas no sudeste da China em setembro;
Lan – deixou ao menos quatro mortos no Japão no fim de outubro;
Damrey – pelo menos 106 mortos e dezenas de feridos em novembro.