DEOLA: 'NINGUÉM ME ACEITAVA COMO O SUBSTITUTO DE MARCOS,NO PALMEIRAS.FOI PESADO DEMAIS| COSME RÍMOLI
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O início parecia um sonho.
Estava no juvenil do Atlético Sorocaba. O time iria fazer um jogo-treino contra o Palmeiras.
Quase que ele não foi.
Mas ao entrar em campo, teve uma atuação impressionante. Fez grandes defesas, saídas corajosas.
Mostrou suas duas grandes qualidades: a explosão muscular e os reflexos.
O pequeno clube do interior paulista venceu por 1 a 0.
Mas a vitória foi de Deola.
Luiz Felipe Scolari, naquele setembro de 1999, estava acompanhando o treinamento.
E se encantou com o goleiro alto, 1m89, vibrante, de muita personalidade.
Pediu sua contratação.
"Eu tinha 16 anos. Não pensei duas vezes. Sabia que a minha vida iria mudar."
Mas o lado encantado acabou.
Foi contratado para atuar no juvenil e no time B, que o então presidente Mustafá Contursi resolveu criar.
Enquanto isso, via Marcos tomar o lugar de Velloso.
E Sérgio se transformar no reserva efetivo.
Teria que esperar. E muito.
A grande imprensa e a torcida não imaginam o quanto é difícil a carreira de um jogador com potencial e que acaba na reserva do reserva.
Ainda mais quando atua debaixo das traves.
"Era só treinamento puxado, ouvir que a 'minha hora iria chegar', e eu vendo o Palmeiras com excelentes goleiros."
Deola teve poucas chances. Entrava nos jogos sempre pressionado pelas sombras dos titulares. Com muita desconfiança da imprensa e dos torcedores.
As grandes defesas eram esquecidas diante das falhas de um goleiro sem sequência de jogos.
Teve a chance de ser titular, quando Marcos se aposentou, vencido pelas dores 'em todas as juntas', como brincava.
A pressão psicológica por substituir um dos grandes ídolos da história palmeirense foi cruel.
Não houve paciência, a cobrança era que jogasse como Marcos.
Acabou reserva de Bruno, no título da Copa do Brasil, de 2012.
Ano que o Palmeiras acabou, pela segunda vez, rebaixado.
Bruno também passaria pelo mesmo processo que Deola.
Suportar a pressão psicológica de passar muito tempo na reserva é algo mais do que frustrante.
"Mas eu sabia do meu potencial. O que precisava era de sequência de jogos. E no Palmeiras não iria conseguir."
Foi emprestado sete vezes, enquanto tinha contrato com o clube paulista.
Deola foi campeão baiano pelo Vitória.
E venceu o Cearense pelo Fortaleza.
Ao final da ligação com o Palmeiras, o goleiro passou por 13 clubes.
A falta de um empresário influente pesou.
Mas foi no Real Brasília, em 2021, que viveu o pior momento na carreira.
" Foi uma loucura.
"Um jornalista irresponsável escreveu que eu estava em um esquema de apostadores. Fui chamado no Ministério Público, em Brasília.
"Testemunhei sem medo.
"Provei que nunca manipulei jogos na minha vida.
"Fui inocentado.
"Mas uma acusação falsa pode manchar toda sua carreira.
"Quem me conhece sabe da minha honestidade.
"Foi um absurdo o que aconteceu comigo."
Deola revela que sua família acabou sendo fundamental para superar mais essa dificuldade, na trajetória de 20 anos no futebol profissional.
Principalmente sua esposa.
Agora, segue a vida como empreendedor.
Mas sempre pode, faz questão de atuar como goleiro amador.
A paixão pelo futebol não vai passar nunca...
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