OSIRES NADAL "NINGUÉM QUER VER A SELEÇÃO! ACABOU O ENCANTO! EM 2002 VENDIA 15 COTAS. HOJE, TRÊS."
Aclr|Do canal Canal do Cosme Rímoli no YouTube
"O Paraná te abraça."
Esse bordão tem marcado a vida da Seleção há anos e anos. Desde 1970, um digno representante de Ponta Grossa, no Paraná, acompanha o Brasil. Para onde for, Osires Nadal está com seu microfone.
A fórmula é simples, mas cada vez mais difícil de colocá-la em prática. Com enorme tino comercial, sai para buscar cotas, vender patrocínio para sua rádio. E com o dinheiro dos anunciantes, viaja ao lado da Seleção.
E com um fervor que começou em 1970, no estádio Jalisco, no México, com a conquista do tricampeonato mundial.
"Não tive dúvidas quando o Brasil abriu 3 a 1. Estava eufórico e invadi o gramado. Assim que a partida acabou, entrei no gramado, com minha bandeira de Ponta Grossa. Tinha de mostrar que a minha cidade estava lá, naquele momento histórico. Há fotos minhas ao lado do Pelé, sendo levantado pelos fãs mexicanos. E a bandeira lá. O amor pela Seleção chegou para ficar."
Aos 79 anos, Osires segue com o mesmo brilho nos olhos. Advogado e jornalista, com enorme tino comercial, segue uma carreira que já chega a 63 anos. Com o dom da retórica, foi responsável até por concurso de Miss Soja. E com concorrente famosa que não ganhou porque acabou saindo na capa da Playboy, Xuxa. Depois, viria a ser amigo dela, por conta de seu namorado: Pelé. "Ficamos muito próximos. A relação com os jogadores era outra. De cumplicidade."
Osires já cobriu 'in loco' 12 Copas. 'Só perdi duas pelos nascimentos dos meus filhos.'
Porém, o mais marcante na entrevista está na postura aberta de Osires na cobertura da Seleção . Ele realmente torce, fica ao lado do selecionado, seja ele qual for. Não fica isento.
"Eu amo o meu país e acredito que a Seleção me representa. Vai ser assim até enquanto eu tiver forças para trabalhar, para correr atrás do Brasil pelo mundo."
Mas não é alienado.
"Os fracassos da Seleção têm me atrapalhado. Em 2002, vendia 15 cotas de patrocínio. Hoje, três. Ninguém quer ver a Seleção. Provoca raiva, frustração." A culpa? "É da desorganização da CBF, que não dá condição de trabalho aos técnicos. Dos jogadores que atuam na Europa e perderam a ligação com o povo brasileiro. Dos nossos técnicos. Eu entendo, mas não quero deixar de acreditar."
Osires já foi homenageado até pela Fifa por seu árduo trabalho. Mas, confessa, a caminho dos 80 anos.
"Pensei que iria seguir até o fim da vida com a Seleção. Só que cansei. Tudo é muito caro. O esforço é enorme. A dificuldade em conseguir patrocínio. Vou fazer 80 anos. E quero me dedicar à minha família. À minha parceira de luta, minha esposa Vera. Meus netos. Mas sempre torcendo pela Seleção, onde eu estiver."
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