No ES, PMs pararam as atividades por nove dias em fevereiro
Foram registrados 144 homicídios no Estado nesse período
Retrospectiva 2017|Peu Araújo, do R7

De 4 a 12 de fevereiro policiais militares do Espírito Santo pararam de exercer suas atividades nas ruas do Estado. A paralisação encabeçada por familiares dos PMs, principalmente companheiras e mães, exigia reajuste salarial e melhoria na qualidade de serviços básicos, como atendimento médico.
De acordo com a ACS (Associação de Cabos e Soldados) da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo, o salário base de um policial no estado é de R$ 2.600, enquanto a média nacional chega a R$ 4.000
O Sindpol-ES (Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo) registrou 144 homicídios no Estado nos nove dias de paralisação. 40 deles aconteceram na segunda-feira 6 de fevereiro. Para contornar a situação,homens da Força Nacional e da Aeronáutica reforçaram a segurança nas ruas do Estado.
Soldados do Exército revistam suspeito durante patrulhamento das ruas de Vila Velha, no Espírito Santo, nesta quinta-feira (9)
Soldados do Exército revistam suspeito durante patrulhamento das ruas de Vila Velha, no Espírito Santo, nesta quinta-feira (9)
O caos instaurado no Estado teve aumento da criminalidade e toque de recolher.
No domingo 12 de fevereiro, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (SSP-ES), 1.236 policiais militares voltaram às atividades. Eles teriam atendido ao chamado do comandante-geral da PM, o coronel Nylton Rodrigues. A corporação conta com 10 mil homens, mas, em dias normais, o policiamento é feito por 2.000 PMs.
A Polícia Militar do Espírito Santo divulgou no dia 17 de fevereiro que 1.151 PMs seriam punidos por não estarem trabalhando nas ruas. Cinco deles ficaram detidos por 117 dias no Quartel de Maruípe.
Nesse período, policiais civis deram 14 dias para que o governador atendesse suas reivindicações e também ameaçaram parar suas atividades.