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Desacreditado, Corinthians sai de 'quarta força' e conquista o Brasil

Time de Fábio Carille e Jô contrariou prognósticos e fez história em 2017

Retrospectiva 2017|Pedro Rubens Santos, do R7*


Corinthians termina 2017 com títulos dos campeonatos Paulista e Brasileiro
Corinthians termina 2017 com títulos dos campeonatos Paulista e Brasileiro

O ano nem bem havia começado, e o Corinthians já começava com uma derrota. Após a recusa do técnico Reinaldo Rueda, o clube decidiu seguir o plano B e anunciar o auxiliar Fábio Carille como treinador da equipe. Os principais reforços naquela altura eram Jô e Pablo — Jadson chegaria só no início de fevereiro. O cenário então não era dos melhores, ao passo que os rivais avançavam no mercado e pareciam mais estruturados para a temporada que batia à porta. Torcedores e imprensa já começaram a rotular o time como a “quarta força” do Estado.

No fim da temporada, as previsões se mostraram das mais fajutas e o Timão terminou com os títulos dos campeonatos Paulista e Brasileiro. Com apenas dez derrotas em 2017, a equipe de Carille fez uma campanha histórica no primeiro turno do nacional e consagrou o contestado Jô como artilheiro da competição. 

O título do Paulista em maio ainda estava sob desconfiança já que os adversários eram um tanto mais modestos. Como se não bastasse, nos primeiros cinco jogos, foram quatro vitórias por 1 a 0 — três pelo Paulistão e uma pela Copa do Brasil — e uma derrota em casa diante do Santo André. Os resultados, claro, ajudaram a fortalecer a desconfiança dos corintianos. O jogo mais emblemático da primeira fase do Estadual veio na quinta rodada, contra o Palmeiras: Jô saiu do banco de reservas para marcar o gol do triunfo a 3 minutos do apito final.

Paulistão foi afirmação

Título paulista mostrou que Corinthians não estava para brincadeiras
Título paulista mostrou que Corinthians não estava para brincadeiras

Com apenas duas derrotas na campanha estadual — para Santo André e Ferroviária —, o Corinthians teve a segunda melhor campanha da fase de grupos. No mata-mata, bateu Botafogo-SP, São Paulo e chegou à final.

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Na decisão, atropelou a Ponte Preta e ficou com o caneco. A conquista serviu como um ponto de exclamação para um técnico contestado e um elenco desacreditado. O trabalho de Carille ganhava um forte respaldo com o novo troféu na galeria de títulos do Timão, mas ainda não convencia completamente.

No fim do torneio regional, dois dos rivais ainda priorizavam a disputa da Libertadores. O Paulistão, cada vez mais desprestigiado, representou um momento importante na caminhada corintiana, mas ainda não carimbava a camisa alvinegra como uma das favoritas ao título nacional.

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Fora a insistente desconfiança sobre a equipe, o tabu de que o campeão paulista dificilmente repetia a boa campanha no Campeonato Brasileiro no mesmo ano também perseguia o Corinthians na parte final do primeiro semestre. A eliminação diante do Inter, em casa, na Copa do Brasil, tampouco contribuiu para aliviar a pressão incessante em cima do trabalho de Carille.

Título brasileiro consagrou o time

Pouco a pouco, os críticos foram sendo calados conforme o time somava pontos e disparava na liderança do Brasileirão. Um primeiro turno irretocável e histórico deixou o Corinthians como o grande candidato ao título após 19 rodadas, 47 pontos e nenhuma derrota.

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A segunda metade do torneio, no entanto,chegou a assustar os torcedores. Não demorou muito e os mais críticos também voltaram. Santos e Palmeiras conseguiram se aproximar, aproveitando o mau retrospecto do líder na reta final. Entretanto, em nenhum momento Carille e seus comandados perderam o topo da tabela apesar da professia de Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, de que o Corinthians iria "despencar" no Brasileiro.

Na 35ª rodada, a matemática assegurou o que muita gente desconfiou (para sim e para o não) que pudesse acontecer: o Corinthians era o campeão brasileiro de 2017, conquistando o heptacampeonato.

Carille, a surpresa

Carille não era prioridade, mas conduziu time a duas taças
Carille não era prioridade, mas conduziu time a duas taças

Fábio Carille não era a primeira opção da diretoria corintiana para assumir o comando da equipe. Atrás de um técnico mais experiente, Roberto de Andrade procurou Reinaldo Rueda, campeão da Libertadores com o Atlético Nacional.

A recusa do colombiano abriu o espaço que o auxiliar precisava para fazer um trabalho convincente. O voto de confiança deu a Carille o tempo necessário para implantar seu modelo de jogo e provar seu valor.

Em seu primeiro ano como treinador, o novato levantou dois troféus e entrou para a história da instituição. Carille foi o único técnico dos grandes times paulistas a permanecer no cargo do início ao fim do ano.

Jô: de desacreditado a artilheiro

As piadas do início da temporada já não eram ouvidas fazia tempo. Os rivais provocavam o Corinthians pela aposta no camisa 7.

“O Palmeiras tem o Borja; o São Paulo, o Pratto; o Santos, o Ricardo Oliveira, e o Corinthians, o Jô”, debochavam alguns torcedores nas redes sociais.

Ao comparar números, no entanto, Jô superou os concorrentes rivais e terminou 2017 com a melhor média de gols. O palmeirense Borja não conseguiu se firmar como titular e somou apenas 10 gols em 43 jogos. Lucas Pratto, por sua vez, participou de 48 partidas, mas marcou somente 14 gols. Ricardo Oliveira fez 12, mas as lesões permitiram que ele entrasse em campo 40 vezes na temporada.

Nenhum dos três centroavantes citados bateu a média de gols por jogo de Jô: 0,39. O colombiano teve 0,23; o argentino, 0,29; o santista, 0,3.

Para coroar ainda mais a temporada, como se ainda precisasse, Jô recebeu o prêmio de Craque do Brasileirão.

*Sob supervisão de André Avelar

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