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Retrospectiva 2016

Quase 2.000 pessoas morreram em 2016 no Brasil por H1N1

País registrou maior número de casos desde a pandemia em 2009, com 10.498 casos

News|Do R7

Vacina é a melhor forma de prevenir a doença
Vacina é a melhor forma de prevenir a doença

Uma epidemia de gripe pelo vírus H1N1 neste ano matou sendo 1.962, no Brasil, em 2016. De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, 10.498 tiveram a doença. O curioso é que, geralmente, a explosão no número de casos se dá no início do outono — maio e julho, porém, em 2016, em fevereiro (ainda no verão) a doença já fazia vítimas. Em 2016, foi registrado maior número de casos desde a pandemia, em 2009, que matou mais de 2.000 pessoas no Brasil. Para se ter uma ideia, em 2015, o País teve 141 casos de H1N1, com 36 mortes.

A maior parte das notificações ocorreu nos Estados do Sudeste, com 5.715 casos, sendo 4.688 no Estado de São Paulo. Apenas Tocantins não apresenta casos de H1N1.

Por causa dos altos números de mortes em decorrência do vírus, a procura pela vacina nas clínicas particulares provovou filas, especialmente em São Paulo, Estado que registrou o maior número de casos do País. Foram comuns as cenas de longas fila para imunização em diversos pontos da capital paulista. Por várias vezes, os locais chegaram a ficar sem o imunizante devido à grande procura. 

Diante da epidemia provocada pelo vírus em São Paulo e do atípico aumento de casos provocados pela doença em outros Estados, o Ministério da Saúde antecipou a distribuição da vacina. As doses começaram a ser distribuídas no fim de abril. E os postos de saúde registraram filas pela grande procura.


Motivo da antecipação do surto

O diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse que uma das hipóteses para o surto de gripe fora de época seria a condição climática. "Alguns estudos mostram associação com o El Niño. Anos com o fenômeno propiciariam a antecipação dos casos de gripe”.


Em conversa com o R7 à mesma época, o infectologista Jessé Reis Alves, do Núcelo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, considera que estes surtos cíclicos ocorrem muito em função da vulnerabilidade das pessoas, que podem se infectar tempos depois de terem tomado a vacina, porque a proteção não é permanente.

— O vírus vai e volta, se há pessoas vulneráveis vai infectar novamente pessoas que nunca tiveram a doença. O problema é que a vacina não confere proteção permanente. Mesmo as pessoas infectadas no ano passado podem se infectar novamente. O efeito dura alguns meses, não chega a um ano.


Transmissão do vírus

A transmissão dos vírus influenza ocorre pelo contato com secreções das vias respiratórias que são eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como formas de prevenção: lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal, entre outros.

Em caso de síndrome gripal, a recomendação é procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina contra a gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus. Por isso as medidas de prevenção são tão importantes, particularmente durante o período de maior circulação viral, que é entre os meses de junho e agosto.

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