Estudo sugere que 150 minutos de exercício por semana podem evitar quadros graves de Covid
Pesquisadores do Hospital Universitário de Navarra, na Espanha, observaram que quem pratica atividade física tem risco 36% menor de internação pela doença
Noinsta|Do R7
Diversas pesquisas já mostraram que praticar esporte de maneira regular protege contra a Covid-19, mas quanto exercício é necessário? De acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (22), 150 minutos de atividade física moderada por semana ou 75 minutos de exercício forte são suficientes.
O novo estudo, que envolveu pesquisadores do Hospital Universitário de Navarra, na Espanha, conclui que esses minutos de atividade física semanal não só reduzem o risco de infecção como também protegem contra as formas mais graves de Covid-19 (internação hospitalar e morte).
Esse levantamento, publicado no British Journal of Sports Medicine, reconhece que embora o benefício da atividade regular e da proteção contra a Covid-19 tenha sido estabelecido por vários estudos, ainda não está claro como ou por que essa proteção ocorre. Provavelmente, deve-se a fatores metabólicos e ambientais, segundo os cientistas.
Algumas pesquisas sugerem que a atividade física pode, em parte, impulsionar o sistema imunológico.
Os autores do novo estudo analisaram informações de três grandes bases de dados de pesquisas relevantes publicadas entre novembro de 2019 e março de 2022, reunindo resultados de 16 relatórios que incluíam dados sobre 1.853.610 adultos (54% mulheres) com idade média de 53 anos.
A maioria dos estudos foi realizada no Brasil, Coreia do Sul, Inglaterra, Irã, Canadá, Reino Unido, Espanha, Palestina, África do Sul e Suécia.
A análise dos dados agrupados mostrou que, globalmente, aqueles que incluíam atividade física regular na rotina semanal tinham risco 11% menor de infecção pelo Sars-CoV-2, o coronavírus que causa a Covid-19.
Essas pessoas também tinham risco 36% menor de internação hospitalar, 44% menos probabilidade de desenvolver a doença grave e um risco 43% menor de morte por Covid-19 do que as pessoas fisicamente inativas.
Os autores descobriram que o efeito protetor máximo ocorria a partir de cerca de 500 minutos de equivalente metabólico da tarefa (METs) por semana. Fazer esporte além desse tempo não significa mais proteção, de acordo com os especialistas.
MET é a quantidade de energia (calorias) gasta por minuto de atividade física, e 500 é equivalente a 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de intensidade vigorosa, segundo o estudo.
Os autores advertem que essa conclusão se baseou em estudos de observação, avaliações dos níveis de atividade física e em dados de estudos das variantes Beta e Delta do coronavírus, mas não da Ômicron, o que pode distorcer um pouco os resultados.
Apesar dessa premissa, os cientistas argumentam que existem explicações biológicas plausíveis que mostram que o exercício regular de intensidade moderada pode ajudar a aumentar as respostas anti-inflamatórias do corpo, assim como a aptidão cardiorrespiratória e muscular, o que poderia explicar os seus efeitos benéficos na gravidade da Covid-19.
"As nossas conclusões ressaltam os efeitos protetores de uma atividade física suficiente como estratégia de saúde pública, com potenciais benefícios para reduzir o risco de Covid-19 grave", concluem os autores.