Agência de Marcos Pontes oferecia pacotes para passeio a bordo de submarino desaparecido
Oferta foi retirada do ar, mas texto garantia que turista estaria a bordo de 'veículo especial usado para fins científicos'
Noinsta|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

A agência de turismo do senador e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Marcos Pontes (PL-SP), oferecia pacotes para visitar os destroços do Titanic (veja imagens abaixo). A viagem era feita em um submarino que, segundo o site, se referia a um "veículo especial, usado para fins científicos". Desde domingo (18), a guarda costeira americana procura por um modelo igual ao que sumiu após descer até o naufrágio. A Agência Marcos Pontes Turismo e Aventuras informou que é uma representante comercial de diversas empresas ligadas ao turismo científico e à exploração, e o pacote já foi retirado do ar.
Para saber os valores do passeio, os interessados deveriam preencher um formulário com dados pessoais. A descrição do pacote afirmava que o turista seria um "especialista em missão" e ajudaria "a tripulação da expedição em uma ou mais funções a bordo do navio de apoio e a bordo do sub durante o mergulho."
Agência do senador Marcos Pontes oferecia viagem às ruínas do Titanic
Agência do senador Marcos Pontes oferecia viagem às ruínas do Titanic
No navio que iria até próximo aos destroços, os interessados teriam aposentos privativos com banheiro e poderiam interagir com a tripulação e a equipe técnica nas áreas comuns. Além disso, o local contaria com "refeições de primeira classe preparadas pelo chef, um pequeno ginásio de ginástica e uma área para visualizar programas gravados e imagens capturadas durante a expedição".
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Os "especialistas" receberiam treinamento, podendo ir em ao menos um mergulho até o Titanic para apoiar as equipes científicas. "A expedição é um marco monumental em nosso esforço para desafiar o statu quo, abrir oceanos e uma compreensão do mundo desconhecida, através de tecnologia, inovação e aventura", ressalta o anúncio.
A Agência Marcos Pontes Turismo e Aventuras ressaltou que o pacote já foi retirado do ar por "questões de segurança" e que a OceanGate, assim como outras empresas de serviços submergíveis, faz parte do portifólio de serviços ofertados pela agência para o mercado brasileiro.
Corrida contra o tempo
A comunicação com o submersível Titan, de 6,5 metros de comprimento, foi perdida quase duas horas depois de iniciada a descida em direção aos destroços do Titanic, que se encontram a quase 4.000 metros de profundidade, a cerca de 600 quilômetros da costa da Terra Nova, no Atlântico Norte. O custo da excursão é de 250 mil dólares (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro.
No Titan, viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman; o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista nos destroços do Titanic; e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.
A guarda costeira dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (21), que foram detectados "ruídos subaquáticos" na área de busca. "Aviões canadenses P-3 detectaram ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações de um ROV (sigla em inglês para veículo operado de maneira remota) foram realocadas na tentativa de explorar a origem dos ruídos", anunciou, no Twitter, o primeiro distrito da guarda costeira dos Estados Unidos.

O ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions David Lochridge, demitido por ter questionado a segurança do Titan, mencionou em um processo judicial um "projeto experimental e não comprovado" do submersível.




