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Notícias|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

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No início eram os desenhos. Depois veio a escrita, que nunca deixou de se transformar. Surgiu por volta de 3.500 a.C., com os sumérios, que registravam símbolos em tábuas de argila. Vieram o papiro, o pergaminho e, por fim, o papel. Hoje, vivemos a era das telas: no lugar da caneta, o teclado; em vez do traço manual, o toque nas teclas. Para alguns especialistas, trata-se de mais uma etapa da evolução; para outros, de uma possível perda de capacidades motoras e cognitivas.

Em chinês, existe o termo tíbǐ wàngzì (“pegar a caneta e esquecer o caractere”), reflexo da dependência digital. Em inglês, expressões como typing dependence e autocorrect addiction descrevem dificuldades em escrever sem apoio tecnológico. Segundo o professor de Sociedade da Informação na Universidade de Brasília Marcos Moreira, estamos em plena “mutação histórica”: a escrita à mão, popularizada apenas no século XX, pode deixar de ser central, como tantas outras habilidades que se transformaram ao longo do tempo.


Alguns países já adaptaram o currículo escolar. A Finlândia anunciou em 2016 o fim do ensino da letra cursiva, mantendo apenas a letra de forma e a digitação. Suécia e Canadá seguiram caminho parecido, enquanto estados dos EUA aboliram — e depois reintroduziram — o cursivo. Para Moreira, essa oscilação mostra que mudanças culturais não são lineares.

Já a professora Ana Cláudia de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina, ressalta os impactos do uso excessivo de telas na infância. Segundo ela, o isolamento provocado pelos dispositivos afeta não só a aprendizagem, mas também o desenvolvimento físico, cerebral e social das crianças. Por isso, países com sistemas educacionais robustos têm buscado equilibrar o uso de tecnologias digitais e o resgate da escrita manual.


Soberania da mão

Moreira avalia, contudo, que talvez a sociedade esteja reproduzindo características do século XIX e XX de um culto à mão.

Nesse período, eles atribuíam um papel muito significativo a respeito da mão. O que o teórico Walter Benjamin fala é que estamos passando da Era da Mão para uma Era do Olho. Não temos mais o livro e a escrita como fatores centrais, mas sim o audiovisual. A gente pode até não gostar, mas estamos na era da tela

Marcos Moreira, professor de Sociedade da Informação

O professor acrescenta que a tecnologia vai além de julgamento moral e, sendo útil para a evolução da espécie, ela acaba sendo inserida mesmo com julgamento favorável ou contrário.


Independentemente de a tecnologia ativar ou não certa parte do cérebro, o próprio desenvolvimento não respeita muito essas avaliações.

“Podemos observar isso sob a ótica de duas correntes do século XIX, o Sansimonismo e o Luditismo. Para a primeira, tudo que é tecnologia nova vai trazer benefício, enquanto a segunda acha que tudo que é tecnologia vai trazer prejuízo”, explica.

Para o especialista, algum grau de nostalgia é natural, mas a questão do teclado e da tela já está inserida no mundo atual.

“A escrita é um trabalho mnemônico, uma tecnologia de memória. E temos várias maneiras de memorizar, desde decorar o texto a práticas de oratória”, aponta.

Nesse conjunto, há o computador, que pode arquivar muito conteúdo. “Mas o problema que temos hoje não é mais o arquivamento de memória e sim o gerenciamento do volume de material de informação de que temos acesso”, defende.

Menor capacidade cognitiva

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em neurociência, alerta que a escrita à mão ativa áreas do cérebro ligadas à memória, ao aprendizado e ao pensamento estruturado.

A substituição progressiva da escrita manual pelo digital compromete esse desenvolvimento, reduzindo a plasticidade neural e a retenção de informações

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em neurociência

O especialista conta que em seus estudos identificou uma queda do QI médio da população. O fenômeno do “efeito Flynn reverso” indica que as novas gerações apresentam menor capacidade cognitiva em comparação com as anteriores.

“Embora haja mais crianças identificadas com alto QI, isso se deve, em grande parte, à maior popularização dos testes, e não necessariamente a um aumento real da inteligência”, detalha.

O que se observa é uma reformatação da neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se adaptar. O que resulta em um tipo de inteligência, nas palavras de Rodrigues, mais rasa, automática, voltada para a resposta rápida e a sobrevivência em um ambiente de estímulos constantes.

Rodrigues acrescenta que o abandono da escrita manual acelera esse processo, “tornando o pensamento menos analítico e mais condicionado a respostas impulsivas e de curto prazo”.

“O desafio futuro será equilibrar a adaptação tecnológica sem comprometer as funções cognitivas essenciais para a complexidade do raciocínio humano”, continua.

O neurocientista pontua que a escrita manual também se relaciona com a coordenação motora, no planejamento e ativação de múltiplas áreas cerebrais. “Já a escrita digital, por ser mais rápida e automatizada, reduz o esforço cognitivo, tornando o processo menos profundo. O tipo de escrita influencia diretamente o nível de complexidade da interpretação e do desenvolvimento cognitivo”, diz.

Ele afirma que “a estruturação do pensamento é mais elaborada quando escrevemos manualmente, pois o cérebro precisa organizar melhor as ideias antes de registrá-las”.

“A tendência atual de comunicação rápida, baseada em emojis, memes e abreviações, favorece uma linguagem superficial e imediatista, o que pode comprometer a capacidade de análise crítica e de formulação de argumentos mais complexos”, diz.

Para a professora Ana Cláudia de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina, por outro lado, apesar dos muitos estudos sendo realizados, ainda não há respostas definitivas sobre possíveis danos.

Como são muitas variáveis e a abordagem de cada uma, o modo como cada pesquisa particular as relaciona interfere nos resultados.

“O que se sabe é que os mecanismos neurocognitivos envolvidos na escrita manual são diferentes daqueles envolvidos na digitação. Mas não se pode generalizar sobre o papel ou efeito de um e de outro sem que se considerem efeito sobre o quê [qual tarefa], os processos, os objetivos, o público-alvo e o contexto da pesquisa”, analisa.

Uma das maiores invenções da humanidade

A doutora em linguística reforça que “quando se trata da escrita, há que se considerar que ela é uma modalidade secundária da língua, que se constitui como uma das maiores invenções da humanidade”.

Ela cita o pesquisador canadense David Olson, ao definir que o desenvolvimento dos sistemas de escrita gerou uma das maiores revoluções conceituais da história da humanidade.

“Trata-se de uma das nossas principais tecnologias que, há cerca de 5.000 anos, foi criada em razão de necessidades da sociedade ao passo em que também produziu uma significativa mudança na sua organização e no seu modo de funcionamento”, observa.

Ana Cláudia acrescenta que, para “desenvolver esta tecnologia, o cérebro humano precisou se especializar, de modo a dar conta de processar informações linguísticas de materialidade escrita”.

Isso implica um conjunto complexo de operações cognitivas que tanto estabelecem relação com a modalidade primária da língua (por meio do processo de decodificação, que é específico à leitura) quanto realizam computações nas variadas camadas dessa língua a fim de produzir alguma sorte de sentido.

A especialista declara que o ser humano não está perdendo a capacidade da escrita manual.

“Talvez estejamos perdendo capacidades físicas mais amplas, que atingem todo o corpo, em razão do estilo de vida que estamos levando nas últimas décadas. Ainda não há como saber o impacto dessa aparente perda, porque o cérebro humano não muda tão velozmente”, analisa.

Especificamente em relação à escrita, ela observa um decréscimo nos índices de formação de leitores e de produtores de texto. “Isso diz respeito à sociedade, à escola e às famílias”, observa.

Avaliações de larga escala, segundo Ana Cláudia, demonstram que os estudantes têm habilidades de leitura e de escrita insuficientes para sua idade e experiência escolar.

“Isso afeta o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos e, afetando os indivíduos, principalmente quando se trata da infância, afeta também a sociedade”, argumenta.

Sobre a escrita cursiva, aquela cujas letras são desenhadas com movimentos manuais, ela tem, sim, relação com processos mentais. “Por implicar movimentos finos, o decréscimo de seu incentivo e uso pode participar de perda de capacidades motoras. Isso não significa, entretanto, perda de capacidades para ler e escrever necessariamente”, ressalta.

Transmissão de conhecimento

A professora de história Ana Maria dos Santos pontua que a escrita permitiu o registro de informações de forma duradoura e facilitou a transmissão de saberes entre as gerações. As sociedades puderam estabelecer sistemas de comunicação mais complexos, essenciais para a administração de cidades e impérios, controle de tributos e organização social.

A escrita possibilitou o desenvolvimento de literatura, religião e filosofia, contribuindo para a formação de culturas e identidades coletivas

Ana Maria dos Santos, professora de história

Além disso, a professora pontua que a “documentação e a troca de ideias por escrito fomentaram avanços em ciências, matemáticas e outras áreas do conhecimento”, assim como a “preservação de conhecimentos e achados importantes, evitando que se perdessem com o tempo ou com a morte de indivíduos”.

A especialista acrescenta que os diferentes modelos de escrita, ao longo da história, tiveram papéis cruciais no avanço da humanidade.

A escrita cuneiforme da Mesopotâmia e os hieróglifos do Egito, por exemplo, eram usados para registros administrativos e contábeis. “Já os alfabetos ocidentais simplificaram a escrita, tornando-a mais acessível e proporcionando um aumento na literacia. Isso possibilitou um maior número de pessoas podendo se comunicar por escrito”, exemplifica.

Esse avanço permitiu, por exemplo, o desenvolvimento da literatura. “Culturas ocidentais, como a grega e a romana, produziram vastas obras literárias, filosóficas e científicas que influenciaram o pensamento ocidental”.

Ana Maria acrescenta que a escrita chinesa, por outro lado, baseada em ideogramas, ajudou a manter a continuidade cultural por milênios, mesmo com mudanças dinásticas e regionais.

A historiadora destaca ainda a capacidade da contribuição da escrita para a inovação cultural, uma vez que é um veículo para a expressão artística e científica. A literatura e a escrita impulsionaram inovações que moldaram o desenvolvimento das civilizações e o intercâmbio cultural entre elas.

“De uma forma geral, a escrita não apenas registrou o desenvolvimento das sociedades humanas, mas também foi um motor para sua evolução, contribuindo para o avanço cultural, social e científico ao longo da história”, detalha.

A evolução da escrita

O neurocientista Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues defende que a escrita é um marco evolutivo “porque permitiu a externalização do pensamento e a transmissão cumulativa de conhecimento”. Antes dela, o aprendizado era exclusivamente oral, o que limitava a retenção de informações complexas e a evolução cultural.

A escrita consolidou a memória coletiva da humanidade, permitindo o acúmulo de descobertas científicas, a criação de registros históricos e o desenvolvimento da lógica abstrata

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em neurociência

Ele explica que, do ponto de vista neurocientífico, “a escrita alterou o funcionamento do cérebro humano, promovendo uma maior interconexão entre as áreas responsáveis pela linguagem, pelo raciocínio lógico e pela memória”.

“Foi a escrita que deu suporte à formulação de conceitos mais sofisticados, estruturando a organização social e política. Sua evolução permitiu o surgimento da ciência e de sistemas jurídicos que moldaram as civilizações”, continua.

Na ciência, a escrita foi o único meio de preservar descobertas ao longo do tempo. Sem registros escritos, cada geração precisaria redescobrir conceitos conhecidos, o que tornaria o progresso extremamente lento. A escrita também estruturou a identidade cultural dos povos.

“As narrativas épicas e as tradições religiosas foram preservadas e disseminadas graças aos registros escritos. Isso moldou a forma como sociedades entendem a si mesmas e se relacionam com outras culturas”, diz.

Rodrigues, assim como a historiadora Ana Maria, resume que os diferentes sistemas de escritas moldaram a forma como cada sociedade processa e interpreta o mundo.

O sistema cuneiforme e os hieróglifos egípcios foram as primeiras formas de registro, essenciais para a administração e o desenvolvimento das primeiras cidades-estado. Esses sistemas estavam restritos a uma elite letrada, o que centralizava o conhecimento e o poder.

“Depois, com o advento dos alfabetos fonéticos, como o grego e o latino, a escrita tornou-se mais acessível, acelerando o desenvolvimento das ciências e da disseminação do conhecimento”, destaca o neurocientista.

Rodrigues relata que o alfabeto fonético exige um nível de abstração mais sofisticado, pois transforma sons em símbolos arbitrários, criando um processamento cognitivo mais complexo do que a simples memorização de ideogramas.

Já os sistemas ideográficos, como o chinês e o japonês, preservam uma forma de escrita que demanda um esforço mental diferente, pois os caracteres representam conceitos em vez de fonemas.

No caso da escrita árabe e sânscrita, por sua vez, elas tiveram um impacto significativo na preservação do conhecimento filosófico, matemático e astronômico, mantendo registros que, em alguns casos, antecederam e influenciaram a ciência ocidental.

Memes e emojis

A professora Ana Maria analisa também a introdução dos memes e emojis na linguagem do ser humano. Esses elementos ajudam a expressar emoções e nuances que, às vezes, não são capturadas em palavras.

Destaca-se aqui também a criatividade e a capacidade de expressão pessoal com o uso de emojis e memes, que nos permite uma forma mais criativa e pessoal de se comunicar, promovendo uma maior conexão entre os indivíduos.

As pessoas podem se expressar de maneira mais autêntica e acessível. Há também uma ampliação da comunicação, uma vez que emojis e figurinhas podem aumentar a eficácia da comunicação, facilitando a interpretação do tom e da intenção, especialmente em plataformas digitais onde o contexto pode ser limitado

Ana Maria dos Santos, professora de história

Ela pondera, contudo, que essa mudança também pode levar a desafios na comunicação mais formal, onde a clareza e a precisão são essenciais. “É importante considerar como a proliferação de formas visuais pode impactar habilidades de escrita e leitura mais tradicionais”, avisa.

Essa tendência também reflete mudanças na cultura digital, na qual a velocidade da comunicação muitas vezes prioriza formas mais rápidas e visuais de interagir, alinhando-se ao uso de redes sociais e plataformas de mensagens instantâneas.

“No geral, a adoção de novas formas de escrita poderá ser uma oportunidade para reavaliar a maneira como ensinamos e praticamos a comunicação, incorporando essas novas linguagens para engajar melhor as novas gerações”, salienta.

Uma relação afetiva

Para além do debate da evolução social e o cálculo de perdas e ganhos de uma escrita digital, há quem escreva à mão pela nostalgia, pelo sentimento de colocar o texto no papel, rabiscar palavras, indicar erros e sinalizar alterações.

Lucie de Lannoy, professora de Letras da UnB, conta que costuma produzir seus textos, principalmente poemas, à mão. Só depois ela repassa para o computador.

Não é que mude muito, na opinião dela. Nem que a escolha de escrever à mão seja mais familiar para a geração dela do que ir direto ao computador.

Acredito que o fato de anotar diretamente algo que me vem à mente, com menor intermediação, me mostre também — ou me devolva — algo mais da minha primeira percepção só sentipensante. Como exemplo, a variação da minha caligrafia me fala algo do meu estado de ânimo ou me devolve consciência particular do processo de criação, elaboração e escrita

Lucie de Lannoy, professora de Letras da UnB

Na prática, Lucie mostrou à reportagem a diferença dos textos. Um poema escrito em comemoração aos 15 anos do curso de Tradução Espanhol da UnB revela as mudanças nos versos, as alterações, correções e busca pela palavra exata para conter vários sentimentos, ao lado da versão final, passada para o computador e depois impressa.

Enquanto isso, Laura Peralta Bouéri, de 21 anos, estudante e moradora do Sudoeste, se divide entre a escrita à mão e a digital. Ela diz que a atual predileção pela escrita digital resume-se à praticidade, mesmo com o uso de uma caneta tecnológica.

“Penso também que a redução dos materiais utilizados é um fator relevante, dado que apagar erros com borrachas e corretivos é mais trabalhoso que uma tecla para apagar, sem contar a ferramenta de copiar e colar quando não se quer escrever novamente algo já escrito”, avalia.

Apesar disso, ela relata que ainda pratica a escrita à mão. “Sou vestibulanda, e a tradicionalidade vigora no dia a dia, já que apesar de utilizar bastante o meio tecnológico e gostar de sua facilidade e agilidade, minhas redações e simulados são todos à mão”, diz.

Ela opina que, apesar das mudanças, o papel e a caneta não serão deixados de lado.

“Um exemplo semelhante são os livros: livrarias e bibliotecas ainda existem, o cheiro dos livros e o gosto de folhear uma página ainda habitam em pessoas que têm essa predileção. Entretanto, os digitais coexistem e não só atendem ao público que opta pela praticidade, como aos tradicionais quando querem viajar mas não querem levar um livro pesado ou vários deles”, observa.

O mundo digital

Para a professora Ana Cláudia de Souza, “as tecnologias digitais tomaram a vida da sociedade ocidental de modo que não conseguimos mais conceber o dia a dia sem elas”.

“Prefiro restringir-me aos modos de vida no ocidente, já que há muitas formas de vida individual e social, e não podemos considerar a nossa como única. Empiricamente, já são visíveis os impactos do uso excessivo de tecnologia pelas crianças e adolescentes. É possível observar o impacto nos idosos, inclusive”, aponta.

Souza lembra dos estudos demonstrando efeitos negativos do excesso de telas para a cognição e para a tão importante sociabilidade dos idosos, ainda que as telas possam contribuir com alguns aspectos da vida cotidiana.

“Entretanto, vamos ter de esperar um pouco até que estudos longitudinais tenham tempo de ser conduzidos para que tenhamos mais clareza da natureza e da intensidade dos efeitos do uso das tecnologias digitais”, pontua.

Ela questiona: “Se esse uso vai provocar mudança na estrutura cerebral? É possível, sim. Mas isso não acontece num tempo tão veloz. Não há que se negar a evolução das tecnologias, mas também não podemos comprar o pacote fechado, achando que elas estão aí para o bem da humanidade. O capitalismo não tem o bem da humanidade, do planeta e do universo como alvo”.

Escrita cursiva Luce Costa/Arte R7

Cenário educacional no Brasil

Para a doutora em linguística, o ponto “central para a educação ser beneficiada não está no modo de escrita [se manuscrito, digitado ou deslizando o dedo pela tela], mas no seu ensino e na garantia de que todos tenham o direito a aprender a ler e a escrever”.

“Atualmente, temos boas políticas de governo que visam à alfabetização das crianças e adultos e à formação de leitores que possam ler textos de diversas esferas sociais e também produzir textos. Entretanto, é necessário que haja políticas de Estado voltadas à educação básica”, reforça.

Ela diz que, ainda que aprender a ler e a escrever não sejam conjuntos de habilidades, conhecimentos e comportamentos que dependem do ato de manuscrever, há que se considerar o que a ciência vem demonstrando sobre a importância da escrita manuscrita.

Não apenas em razão do desenvolvimento motor, mas também do desenvolvimento cognitivo e cerebral, sem deixar de reconhecer que o uso de tecnologias que envolvem teclados e telas pode ser um grande aliado ao ensino da escrita quando se trata de contextos de atipicidade físicas, cognitivas ou neurológicas

Ana Cláudia de Souza, doutora em linguística

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