Violência, fugas desesperadas e escravidão marcam tragédia dos refugiados

Crise humanitária passa pela África e chega ao continente Americano

Retrospectiva 2017|Do R7

22/12/2017 - 14h00 (Atualizado em 19/04/2024 - 23h22)

Em 2017, a crise humanitária se agravou no mundo, e refugiados de muitas nacionalidades passaram por situações extremamente violentas. Foi neste ano que explodiram os massacres e a fuga de quase 1 milhão de Rohingyas, etnia muçulmana não reconhecida em Mianmar, apesar de viver lá (foto acima).
O período ficou marcado também por fugas desesperadas em botes improvisados pelo Mediterrâneo, para chegar à Europa, que, muitas vezes, terminava em mortes.
O mundo se horrorizou com o flagra de mercados humanos na Líbia, com a venda de pessoas transformadas em escravas após serem capturadas no mar Mediterrâneo. O esquema foi filmado por uma equipe de TV da CNN e presenciado pela organização Médicos sem Fronteiras, que esteve no país.
Segundo o relatório 2017 sobre crise humanitária, divulgado pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), no final de 2016, havia cerca de 65,6 milhões de pessoas forçadas a deixar seus lares por causa de guerras, violência e perseguições.
Acompanhe a crise humanitária no mundo com os principais fatos de 2017 nas fotos a seguir
*Texto Andrea Miramontes

Para fugir de violência e massacres, os Rohingyas se deslocaram em massa neste ano para Bangladesh. O número de refugiados por lá bateu 1 milhão.
E a situação dessas pessoas que chegaram aos acampamentos de refugiados, para escapar de assassinatos de bebês, mortes e estupros, beira o caos. Abrigados em cabanas improvisadas, a falta de infraestrutura é tamanha, que as pessoas acabam morrendo por desidratação e diarreia, de acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras

No Iêmen, um quarto da população, de 28 milhões, está morrendo de fome, devido a uma guerra que já dura dois anos, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Para piorar, no meio do ano, em junho. um surto de cólera agravou a situação

De acordo com o historiador Márcio Scalércio, professor da IRI/PUC-Rio e da Universidade Cândido Mendes, o Iêmen é o país mais pobre da Península Arábica, localizado em um deserto, com eternas brigas tribais. No momento, passa por um conflito que já fez quase 14 mil vítimas, sedo mais de 5 mil mortos e 8,7 mil feridos

A ONU relata que 7 milhões de pessoas passam fome no Iêmen, das quais, 4,5 milhões são crianças, grávidas e mulheres em amamentação "extremamente desnutridas"

A rede de TV CNN flagrou traficantes de seres humanos no meio de um "leilão" de imigrantes da África na Líbia. O lugar é conhecido como ponto de partida para as "viagens da morte" que atravessam o Mar Mediterrâneo até a Itália e outros países da Europa

O MSF acompanhou a vida dessas pessoas em centros de detenção de Trípoli, na Líbia, durante mais de um ano. Eles testemunharam prisões arbitrárias, extorsões e abusos físicos. Mulheres, grávidas ou não, e crianças, também são tratadas como escravas

A organização relatou o absurdo do esquema: deve ser chamado daquilo que realmente é, um negócio promissor de sequestros, torturas e extorsão

Em novembro, a aproximadamente 45 km da costa da Líbia, esse menino desnutrido chocou o mundo ao ser encontrado em um bote, junto com mais 108 refugiados, no Mar Mediterrâneo.
O garoto foi identificado como nacionalidade eritreia. Em entrevista ao R7, o chefe da missão de resgate, Riccardo Gatti, disse que o adolescente pesava menos de 40 kg. O garoto foi internado na Itália

Um bote com refugiados foi flagrado pela agência Reuters chegando à Playa de los Alemanes, na Andaluzia (Espanha). De acordo com a OIM (Organização Internacional de Migração), mais de 100 mil migrantes da África e do Oriente Médio chegaram à Europa entre janeiro e junho, muitos após atravessar o oceano. No caminho, refugiados enfrentam sequestros, estupros, trabalho escravo e violência sexual

No combate à crise imigratória no mundo, Uganda, país localizado na África, abriu as portas para refugiados e já recebeu quase 1 milhão de imigrantes. A a maioria das pessoas vem do Sudão do Sul

Centenas de imigrantes estão deixando diariamente os EUA em direção ao Canadá, de acordo com o que relatou a BBC. Desde janeiro, mais de 4 mil pessoas pediram asilo político ou refúgio. Isso se deve à introdução de restrições à permanência de imigrantes nos EUA

Com a crise na Venezuela, o Brasil tem recebido cada vez mais pedidos de refugiados vindos do vizinho. No fim de 2016, os venezuelanos formavam o terceiro maior contingente de solicitantes de refúgio no Brasil, como noticiou a Ansa. Para deixar a situação dos venezuelanos mais crítica, por falta de remédios, a população sofre com surto de malária

Em 2017, a crise humanitária se agravou no mundo, e refugiados de muitas nacionalidades passaram por situações extremamente violentas. Foi neste ano que explodiram os massacres e a fuga de quase 1 milhão de Rohingyas, etnia muçulmana não reconhecida em Mianmar, apesar de viver lá (foto acima). O período ficou marcado também por fugas desesperadas em botes improvisados pelo Mediterrâneo, para chegar à Europa, que, muitas vezes, terminava em mortes. O mundo se horrorizou com o flagra de mercados humanos na Líbia, com a venda de pessoas transformadas em escravas após serem capturadas no mar Mediterrâneo. O esquema foi filmado por uma equipe de TV da CNN e presenciado pela organização Médicos sem Fronteiras, que esteve no país. Segundo o relatório 2017 sobre crise humanitária, divulgado pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), no final de 2016, havia cerca de 65,6 milhões de pessoas forçadas a deixar seus lares por causa de guerras, violência e perseguições. Acompanhe a crise humanitária no mundo com os principais fatos de 2017 nas fotos a seguir *Texto Andrea Miramontes

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