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Quebra de controle de qualidade para maximização de lucro causou falha em testes de HIV, diz polícia

Duas pessoas foram presas e outras duas são procuradas na operação que investiga a contaminação de 6 pacientes transplantados no RJ

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Duas pessoas foram presas e outras duas são procuradas na operação que investiga a contaminação por HIV de seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro devido a falhas em testes realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme — contratado por R$ 11 milhões para realizar os exames do programa de transplantes na rede estadual.


O diretor do Departamento de Delegacias Especializadas, André Neves, disse que as falhas nos testes ocorreram em decorrência de uma economia de dinheiro.


"O que ficou comprovado até então é que houve uma quebra do controle de qualidade disso, que visou a maximização de lucro, deixando lado de lado a preservação da segurança dos testes e da saúde. Os reagentes precisam ser analisados diariamente. E houve uma determinação — que estamos apurando — para que fosse diminuído essa fiscalização de forma semanal. Com essa lacuna, você flexibiliza e aumenta a chance de ter algum efeito colateral, esse efeito devastador que estamos analisando".


Os investigados vão responder por crime contra relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.


Tio de ex-secretário de Saúde do RJ é um dos presos em operação


O tio do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Dr. Luizinho é um dos presos na operação. O médico ginecologista Walter Vieira é sócio e responsável técnico do laboratório que fez os testes em doadores. Ele também assinou um dos laudos que apresentou um falso negativo para o vírus.


Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o filho de Walter, Mateus Vieira, foi levado para a delegacia, ouvido e liberado.


O segundo preso é um técnico do laboratório, que também é responsável por um dos laudos. Outras duas pessoas são procuradas e estão foragidas.


O escândalo veio à tona na semana passada. Um dos pacientes passou mal após realizar um transplante. Ele testou positivo para HIV durante os novos exames. Com isso, a Secretaria de Saúde começou a apurar os casos de pessoas que receberam órgãos do mesmo doador. As autoridades descobriram que havia ocorrido falha nos testes de um segundo doador e que, ao todo, seis pessoas haviam contraído o vírus HIV. Agora, outros 300 casos de doação de órgãos serão reavaliados.


A defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudiou com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório e afirmou que todos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça. Além disso, ressaltou que a empresa atua no mercado há mais de 50 anos.


A polícia investiga toda a cadeia dos testes realizados pelo PCS Lab Saleme, contratado por R$ 11 milhões para fazer os exames do programa de transplantes na rede estadual em dezembro de 2023. Segundo os investigadores, houve uma falha nos reagentes por uma mudança de procedimento, o que colocou em risco a qualidade do serviço.


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