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Maior feira da América Latina dos segmentos de defesa e segurança acontece até sexta (14), no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Entre as inovações apresentadas na LAAD Defense & Security 2015, artefatos não letais chamam a atenção das forças de segurança que vão atuar durante os Jogos Olímpicos de 2016. O helicóptero EC-145, equipado com câmera de calor e um holofote capaz de iluminar um estádio de futebol é a mais nova aquisição do Governo do Rio, que também já encomendou seis balões espiões para auxiliar a vigilância. Armas não letais que mancham a roupa do suspeito de praticar algum crime também estão em alta. Máscaras de gás estilo "Darth Vader" garantem, além de proteção, uma boa comunicação porque vêm com um microfone acoplado
Montagem R7 - Rodrigo Teixeira / R7 - Divulgação
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O ministro da Defesa, Jaques Wagner, abriu oficialmente a décima edição da feira LAAD Defense & Security. Em seu discurso, Wagner destacou o aumento nos investimentos governamentais na última década e a importância da indústria de defesa para o desenvolvimento da economia nacional
Agência Força Aérea
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Viviane Migueloti, que representa a marca Welser que fabrica a máscara com estilo “Darth Vader” disse que a primeira intensão do produto é criar impacto psicológico.
- À máscara pode ser acoplado diversos filtros que vão proteger de gazes tóxicos quem a utilizar. Fumaça de incêndio, gás lacrimogênio e pimenta também não penetram na máscara. O equipamento é usado pela SWAT americana e também aqui no Brasil. A atual versão da máscara com um visor preto, além de proteger conta os raios solares, impede que estilhaços cheguem aos olhos de quem a utiliza. Esse modelo também ganhou as telas do cinema pelo personagem do ator Bruce Willis em um dos filmes da série Duro de Matar. Viviane Migueloti afirmou que o valor da unidade do produto varia de acordo com a quantidade do pedido. Cada máscara pode custar de R$ 2.500 a R$ 4.000.
- O produto é sucesso de vendas. Cerca de 3.700 unidades da máscara já foram adquiridas pela Secretaria Nacional de Segurança dos Grandes Eventos e Polícias Militares do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul também comprou o produto.
A máscara suporta temperatura de até 1.000 °C, possui amplificador de voz, possibilitando uma clara comunicação do agente da lei no controle de distúrbios urbanos, disponibiliza tubo para hidratação do policial e filtro de ar cambiável - podendo ser acoplada a um tubo de oxigênio externo (portátil)Montagem R7 - Rodrigo Teixeira / R7 - Divulgação
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A pistola estilo “paintball” é um lançador não letal de fabricação belga, que possui mira eficaz a uma distância de 50 metros. Jefferson Teixeira, que representa a marca no Brasil, afirmou que diferentemente do “paintball” que perde pressão durante o descarregamento da munição, o lançador garante um tiro preciso do primeiro até o último disparo.
- Seu funcionamento é semiautomático, por ar comprimido que fica acoplado a arma, não se perde a pressão, o lançador tem capacidade de efetuar 15 disparos em cada carregador, e sua utilização é indicada no controle de distúrbios urbanos, evitando o emprego da força letal.
Jefferson explica que mesmo se tratando de uma arma não letal, seu uso é restrito segundo norma do Exército.
- São quatro os tipos de munição do lançador: as munições rosa e amarela servem para marcar o alvo (visando à identificação de um infrator ou de um veículo), a transparente é de impacto, e a laranja dispara carga de pimenta à distância com a finalidade de enfraquecer o infrator da leiRodrigo Teixeira / R7
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Uma balão desenvolvido com tecnologia brasileira em São José dos Campos, no interior de São Paulo será um facilitador do patrulhamento e monitoração das áreas pelo Rio de Janeiro durante as Olimpíadas. Leonardo Mendes, um dos desenvolvedores da tecnologia, afirmou que cada balão têm autonomia de voo de três dias e possui equipamentos que detectam a presença humana a 13 quilômetros de distância.
- Cada balão possui câmeras diurna e noturna, chega a 100 metros de altura, suporta ventos de até 80km/h, além de ser resistente a tiros de pistola. Seis unidades do balão já foram adquiridas pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e serão usadas na segurança da Olimpíada de 2016 e na Paralimpíada.
Esse balão já foi testado na favela da Maré pelo Exército no fim do ano passado, e possui uma câmera especial para operações militares, com capacidade de escanear a área monitorada, inclusive com infravermelho para identificar pessoas à noite. Todas as imagens captadas pelo balão espião serão enviadas diretamente a uma central de monitoramento.Montagem R7 - Divulgação
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O EC 145 chegou para compor a frota de aeronaves Fênix da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mauro Ayres, gerente de mercado governamental da Helibras, afirmou que esse helicóptero é ideal para operações militares.
- Essa aeronave está sendo entregue com um ano de antecedência. Ela foi adquirida pelo governo do Rio para auxiliar no patrulhamento durante as Olimpíadas. Ela tem um canhão de luz que consegue iluminar um campo de futebol e câmeras para monitoramento.
Três câmeras estão acopladas a esta aeronave: uma para gravar durante o dia, outra com visão noturna e uma câmera térmica, ideal para localizar alvos em matas fechadas, morros e residências.
O EC 145 possui dois motores e pode transportar até nove passageiros, além dos dois pilotos.Rodrigo Teixeira / R7
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A Módulo, empresa responsável por toda a segurança cibernética do Centro Integrado de Operações durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013 no Rio de Janeiro. Vai montar estrutura semelhante a que foi mobilizada anteriormente para realizar a gestão e os controles de riscos das Olimpíadas. Fernando Nery comemora os resultados alcançados.
- Na ocasião, foram registradas 178 mil interações que se traduziram em 2628 ocorrências demandando algum tratamento, resolução ou tomada de decisão da força de segurança que estava na ponta.
O Centro de Comando é um ambiente no qual são consolidados as informações, voz e imagem que, aliados aos conhecimentos operacionais existentes, formam a inteligência necessária ao gerenciamento das operações e à tomada de decisão. Juntos esses equipamentos e soluções facilitam e automatizam o processo de gestão de riscos em tempo real, fornecendo suporte à tomada de decisões e facilitando o desenvolvimento de estratégias para controlar e minimizar os riscos a níveis aceitáveis pela organização.
Com a tecnologia, a entrada da informação acontece em tempo real e chega através de monitoramento de redes sociais, informações de agências parceiras ou por e-mail, SMS, telefone e aplicativos móveis. O sistema categoriza os dados de acordo com a relevância e urgência adequadasRodrigo Teixeira / R7
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A unidade móvel com plataforma de observação elevada, utilizada na Copa do Mundo do Brasil e que teve papel fundamental na segurança da competição ao gerar parte dos relatórios enviados em tempo real para os Centros de Comando e Controle de cada cidade sede vai continuar presente durante as olimpíadas. Alcides Braga, sócio-diretor da Truckvan, que constrói essas plataformas móveis, afirmou que uns dos objetivos de sua empresa é a mobilidade dos postos de comando e patrulhamento.
- Temos certeza de que as unidades móveis POE também podem ser muito úteis para auxiliar as polícias locais no monitoramento de áreas com grande aglomeração de pessoas em diversos países.
A unidade móvel POE (plataforma de observação elevada) comporta um sistema de monitoramento de imagens de médio alcance composto por 14 câmeras com tecnologia de reconhecimento de face e alcance de até 3 km de distância. O sistema de observação é instalado em um mastro telescópico de 15 metros de altura coberto por uma escotilha automática.
Além da captação, os veículos possuem redes wi-fi e mesh (via rádio), que permitem a visualização das imagens em um raio de até 500 metros de distância, além do envio dos dados em tempo real para os Centros Integrados de Comando e Controle Regional (CICCR) por meio de equipamentos de tecnologia móvel, como tablets ou telefones celularesRodrigo Teixeira / R7
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A primeira arma elétrica incapacitante produzida no País, a Spark, vai estar presente no patrulhamento das Olimpíadas. Homologada pelo Exército no fim de 2011, a arma brasileira Spark corta automaticamente a corrente após 5 segundos do momento do disparo, o que dificulta a ocorrência de choques prolongados de forma involuntária (a memória do dispositivo armazena os últimos 1.000 disparos, para que possa haver auditoria sobre seu uso).
Além disso, libera 40% menos energia transferida durante o choque, suficiente para incapacitar temporariamente um indivíduo com segurança.
Mas os itens de segurança não se restringem à limitação do tempo da descarga elétrica e à menor intensidade de amperagem. A arma brasileira possui também dispositivo de dupla ação, que evita acionamento acidental, e cartucho com trava de proteção. A Spark dispara dois dardos - com carga elétrica de 50 mil volts/2,8 miliamperes, tem alcance de 6, 8 e 10 metros, mira a laser, memória digital e porta USB para captura de dados armazenados na arma sobre seu funcionamentoDivulgação